domingo, 14 de abril de 2024

A criança que habita em mim

Outro dia fui impactada por um vídeo maravilhoso no Instagram que mostrava as respostas de crianças e adultos à seguinte pergunta: "Se você pudesse, o que mudaria no seu corpo?". As respostas dos adultos versaram sobre calvície, rugas e altura. Já as crianças, em toda sua genialidade, deram respostas como "Não mudaria nada, gosto do meu corpo assim" e a minha preferida: "Gostaria de ter uma cauda de sereia!". 

É impressionante como a gente vai se limitando ao longo da vida, né? Não quero bancar a louca hippie, mas é inegável que fechamos portas desnecessariamente...

O ano era 1992, e me lembro de fazer um desenho na escola sobre o tema "o que você quer ser quando crescer". Dividi a página na diagonal e na esquerda desenhei um sol, uma cruz, uma pessoa deitada e um carro com um farol vermelho no teto. No triângulo da direita desenhei uma lua, um bando de estrelas, cometas, uma nave espacial e um bonequinho que, com sua armadura, visitaria o espaço na minha imaginação. Não é óbvio, e totalmente factível? Seria médica de dia e astronauta à noite. Nem precisava de cauda de sereia para isso...Porque, aí sim, haveria uma dificuldade. 

Corta a cena para os anos 2000 e, qualquer um que me acompanhou academicamente, sabe que Física sempre foi o calcanhar de Aquiles. Não houve professor do Ph que conseguisse me fazer absorver mais do que as três leis de Newton. E vamos combinar que uma carreira de estudos aeroespaciais fica meio comprometida com esse gap de skills. 

Nessa mesma época, a boa memória que sempre me acompanhou seguia favorecendo, inclusive para decorar a reprodução das briófitas em Biologia ou as regras dos anéis aromáticos em Química. Mas, a latente hipocondria já me afastava com grande velocidade de uma carreira médica.

Nunca me frustrei. Amém. Mas essa lembrança viva de que realmente queria ser médica e astronauta vira e mexe volta. Principalmente quando estou brincando com meus sobrinhos. Hoje, um deles quer ser jogador de futebol, dançarino, desenhista e ter um canal de 1M de inscritos no Youtube. O outro, por enquanto, só quer ser igual ao irmão mais velho. Vamos conversar em 20 anos. Porque, afinal, para onde vamos quando crescemos, né?

Essa semana, peguei um carro de aplicativo voltando de um dia lotado do trabalho. Era sexta-feira, fechando uma semana incrível de aprendizado, reuniões e, felizmente, muito prazer com o que faço. Estava cansada, meio alheia ao caminho que o carro fazia e, só me dei conta de que já chegávamos ao destino, quando o motorista me despertou do meu devaneio perguntando: "Você trabalha na NASA?", respondi que não. Mas um orgulho absurdo, meio infundado, me acometeu -  e eu não soube direito o porquê imediatamente.

De fato, àquela hora da noite, só havia dois lugares para ir naquele quarteirão. Saltei do carro, olhei pro outro lado da rua, e ali estava a NASA. Entendi de supetão a felicidade que sentia. Durante aquela corrida de carro, mais alguém no mundo acreditou que eu podia ser astronauta. 

A criança que habita em mim sorriu largo. Celebrei que tenha tanta gente que manja de física e admirei a Lua - que sorria de volta. Entrei no hotel com a bolsa mais pesada: resolvi carregar minha cauda de sereia just in case. 




quarta-feira, 27 de março de 2024

Carnaval de Emoções

Janeiro voou deliciosamente. Fevereiro brincou com os sentimentos como deve ser, e Março veio lavando a bagunça com baldes de água fria.

Pulei um Carnaval de emoções, percorri a Santo Amaro esburacada - literal e figurativamente - com 40ºC na cabeça, talvez mais vezes do que deveria. Mas aprendi a identificar e desviar das novas poças diárias, cheias pelas águas que fecham o verão.

Quantas festas! Celebrei 102 anos muito bem vividos de vovó, Miguel e Rafa. Ri de mim, dos outros, dos primos e dos comentários anônimos.

Dormi suja na grama sem querer e escancarei a varanda de propósito, porque mudaram as estações.

Estudei tanto e trabalhei ainda mais. Como li! Amei livros que a Amazon não me deixou comprar e conheci Empresas só pela metade. Renovei vistos para poder ir a qualquer lugar mas mudei viagens com endereços conhecidos.

Lembrei como é bom ser cuidada e, então, cuidei de mim. Viciei na Hot Yoga e em acordar cedo sem querer. Tarots malucos sugeriram entrega e perdão. Atendi e engoli uns sapos para lembrar a dor e a delícia de ser quem sou.

Foi um bimestre para ficar orgulhosa e segura de gostar, de apavorar, de fazer podcasts e aceitar o silêncio. Confirma-se a teoria da Ale de que mulher carioca tem mais é que seguir em frente sem parar porque, afinal, é difícil atropelar avião. 

Falando em avião. Mudaram as estações. Nada mudou. Partiu Brazil at Silicon Valley.




sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Mil e uma noites de Janeiro

Todo mundo falando que Janeiro durou muito. E durou mesmo.
Da última vez que escrevi aqui, estava focada em encarar as coisas como elas são, independentemente do que se diz. Afinal, falar, até papagaio fala.

Hoje, presa sozinha no trânsito privilegiado dos teslas silenciosos do mundo, fiquei recapitulando o tanto de coisa que não foi dita, ainda que muito bem vivida, nesse mês que acabou de acabar. E, gente, foi só um mês mesmo? 

Dada a espontaneidade do desenrolar deste inicio de 2024, me peguei pensando nas experiências que já tive aqui em SFO, nos amigos e histórias e concluí, secretamente, que sou uma sonsa e bobona. 

Este Janeiro de um ano novo trouxe consigo anos muito velhos, trouxe encontros recém marcados ou há muito postergados? Vai saber... 
O compromisso com a distância garantiu a curtição das coisas que chegam meio que com data para acabar. Será? 
E, se a vida é uma só, poder celebrar também por outros, a saúde que celebrei por mim mesma há pouco, foi duplicar a gratidão de maneira imprevista. 

Falando em imprevistos, Janeiro chegou com um calendário caótico de alagamentos únicos, gentilezas inesperadas e viagens não marcadas. Numa entrega nova, que não me é peculiar, os dias foram sendo atravessados por árvores caídas, falta de luz, trilhas percorridas e muito carinho. 

Como quem quer aprender a velejar, aceitei a lição de que não dá para controlar o vento e, quando dei por mim, já estava no Pacífico, dentro de um caiaque. 

Gentileza gera gentileza? Nessa confiança que veio fácil, tirei pontos pela primeira vez e ganhei pontos pelos meus fun facts hipocondríacos. Segui sem cozinhar, errei a padaria, mas troquei meu CPF por uma pizza. Ainda devo um chá e um chopp no Bukowski

Assisti bobeiras de vampiros, the office, cruzei com vampiros no meu office...torci pelo 49ers e pelo Snape do Corinthians. Aliás, comparei Happy Potter aos heróis de Gabriel García Márquez. Assim, de cara, sem nenhum pudor. Eu não estou querendo impressionar? 

Religião, fé, beleza, assédio, ambição no trabalho, comprar um motor home, morar no cais do porto, escrever um livro, fofoca, família, amigos. Como você tá?

Ufa! Janeiro foi longo e de mão dupla. Mas caminhou cuidadoso, reservado e com vontade de agradar. Faltou tempo para visitar o Aquário...tudo bem. Mamãe sempre diz que é bom guardar alguma coisa pendente, para ter motivo para voltar. Da próxima vez vou ter que tirar o coelho da cartola para fazer tudo que faltou. 

Chegou Fevereiro. Uns voltam ao condado, outros chegam a colinas mais nobres. Me pergunto o que os camaradas do almoxarifado têm pra contar, porque essas mil e uma noites de Janeiro não deixaram nada no lugar. Que bom!



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Somos o que fazemos e não o que falamos

Falo que vou ser mais disciplinada nos exercícios físicos desde que me entendo por gente. Mas, quem me conhece um pouquinho, sabe que isso é a maior mentira que conto para mim e pros outros. Gosto mesmo é de comer e torcer por um milagre. 

Ainda assim, quinta passada fui dar uma corrida para ajudar o metabolismo basal a acordar. Na ocasião eu estava em Niterói e decidi estender meu trajeto para além dos 5Km previstos. Não coincidentemente - quem me acompanha aqui ao longo dos anos sabe que não acredito em coincidências - essa decisão me fez cruzar com o Sr. José* (nome fictício), vendedor de coco cuja barraquinha estava localizada um pouco depois do Museu de Arte Contemporânea. 

Eu - sedenta - e ele - ajeitando as mercadorias - me explicou orgulhoso que, infelizmente, havia se atrasado naquela manhã porque fora colação de grau de sua filha e o coco estava, portanto, quente; mas me ofereceu uma banana de cortesia. A alegria dele transbordou em mim e fiquei super orgulhosa também. Recusei a banana momentaneamente, avisei que voltaria depois para prestigiar o pai babão tomando meu coco lá e, eventualmente, aceitaria a banana brinde.

Retomei minha rota pensando no meu saudoso tio Andre que falava repetidamente sobre suas experiências nas regiões mais humildes do Nordeste onde, invariavelmente, as pessoas sempre lhe ofereciam o bem mais precioso que tinham com alegria: um copo de água. Apesar de nunca ter vivido essa experiência com meu tio, de algum modo, ela é muito viva em mim e me relaciono fortemente com essa coisa de estarmos abertos a dar o melhor que temos todos os dias, de verdade. 

No meu pace de sedentária, não a vi a hora passar, e acabei não conseguindo voltar até a barraquinha do Sr. José naquele dia. Fiquei frustrada comigo mesma por ter me comprometido com ele e furado. Sei que parece besteira, mas o dia estava começando tarde para ele, já não havia muita gente se exercitando por alí, eu sabia que seria uma venda dentre poucas e, mesmo sem ter absolutamente nenhuma obrigação, me comprometi, falei que faria e não fiz. 

No dia seguinte consegui fechar o trabalho mais cedo, calcei o tenis e fui de novo. Com o objetivo de provisionar calorias para o fim de semana? Sim! Mas, principalmente, queria encontrar Sr. José. Não encontrei. Corri até Icaraí e depois em direção à Boa Viagem - sem sucesso. Acabei me auto consolando de que havia pelo menos tentado com vontade e que haveria outras oportunidades de comprar meu coco com ele. 
 
Enquanto isso, no mundo virtual, onde os algoritmos insistem em nos mostrar até o que não queremos ver, nessa semana havia aprendido que, segundo Carl Jung, nós somos o que fazemos e não o que falamos que vamos fazer. Nossa, como concordo com ele! 

E assim, o encadeamento cósmico dos eventos do fim de semana me levou a enxergar que Niterói não é casa afinal, que é preciso mudar o trajeto da minha corrida e que, portanto, as chances de encontrar o Sr. José novamente são muito baixas. Ainda assim, se o vir por aí, compre um coco por mim. 

Afinal, eu falei que voltaria. E, no meu caso, o que eu falo vai sempre valer.

sábado, 14 de setembro de 2019

Conexões

Estou sentada à beira do Douro desfrutando de uma das experiências que mais gosto na vida: viajar sozinha.
Olhando para a ponte D. Luís me lembro que já escrevi aqui sobre o sentimento de conexão que pontes me trazem.
Esse passeio pelo Porto é apenas um break que estou dando à minha querida amiga Erica que está me recebendo com todo amor aqui na terrinha. Queria que meu pai e minha mãe estivessem aqui também para desfrutar desse momento incrível.
Falando em mãe, há anos não escrevo aqui no blog mas, desde que ela me perguntou sobre criptomoedas há umas duas semanas, eu já tinha decidido que esse seria o tema de um post. Não sabia, contudo, que criptomoedas populariam muitas outras conversas recentes e inesperadas e me trariam, assim como as pontes, o sentimento de conexão.
De igual, sigo me apaixonando pelas pontes que passo, por representarem obstáculo e oportunidade ao mesmo tempo e pela nossa capacidade de atravessá-las 'no matter what'.
De novo, a conexão à que elas sempre me remeteram, tem tomado cada vez novas formas, muitas delas que não sei explicar. Tipo as criptomoedas. Entendo? Médio. Confio? Ainda não. Posso testar? Claro!
E assim vamos, testando o que dá para testar e descobrindo nossos limites.
Como minha mãe que, ao mesmo tempo que está interessada em como as Bitcoins são mineradas 24h/dia, acha que o neto "passa muito tempo no celular".
Estamos em 2019, o italiano do meu lado acha que eu bebo muito porque estou na segunda taça de Rosé. O prédio do meu restaurante é datado de 1731 e está em pé, minha mãe nasceu num mundo sem telefone em casa e hoje fala de criptomoedas comigo. Nada faz muito sentido. Mas pontes são pontes desde sempre, basta a gente querer atravessá-las.
Um brinde às conexões que fazem a vida valer a pena e à coragem de chegar ao outro lado. Sempre!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Não se afobe, não. Que nada é pra já...

As últimas semanas foram de dois grandes marcos para mim: completei 30 anos e 5 deles em São Paulo.
Quando essas datas coincidem com sua TPM, rolam váaaaaarias reflexões. Se o cara que você pensou que ia casar com você começa a namorar outra, essas reflexões chegam na Lua! Brincadeira, no meu caso, chegaram só na Índia.

As 4 Leis da Espiritualidade ensinadas na Índia:

A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa“.
A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido“.
A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o momento certo“.
E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, ele termina“.

Cai nesse ensinamento em algum post de Facebook e fiquei remoendo. Hoje, quando decidi que precisava escrever, ele me veio à mente. Se acreditasse em acasos, o título desse texto poderia ser diferente. Mas encontrei um rascunho de muito tempo atrás, quando comecei a escrever um texto prometido a um grande amigo, sobre tudo que não me contaram quando vim para cá.

Sem me afobar, começo, então, da onde parei no rascunho: não esperava encontrar quem ia mudar a minha vida. E, agora que a TPM já passou, é mais fácil escrever que não foi uma pessoa só. Pelo contrário, essa meia década paulistana me rendeu muito mais presentes do que poderia imaginar. 

Me descobri mais independente e mais carente aqui, do que jamais supus ser. Ao mesmo tempo, sinto que os laços são diferentes. Sem me dar conta, me cerquei de gente querida, que já conhece minhas maluquices e parece gostar de mim desse jeito chato mesmo. A agenda aqui é mais pessoal...me pego ligando para a manicure e para a depiladora, não ligo para o salão. Os porteiros ligam no meu celular quando tem algo importante a dizer, não esperam eu chegar. O restaurante me pergunta se meu pedido "é o de sempre". Meu chefe me deseja boas férias pedindo que eu volte "mais Lu do que nunca". Me encontrei aqui, e sinto que vim para ficar.

"A pessoa que vem é a pessoa certa".

Não que cogite abandonar meu caso de amor e ódio com a ponte-áerea, são trinta anos de praia! Mas viciei pela loucura daqui. 

Falando em 30 anos, nunca pensei que fosse ter os fricotes e deprês balzaquianos, mas eles me pegaram, admito. 
É muito louco quando um ciclo fecha e você se sente meio fora de sintonia ou distante dos "planos traçados". Decidir entre ir a festas de bebês, maternidades, chás de panela e jantar de casais ou tirar forças para cair na night pode ser uma decisão complexa para uma libriana sossegada como eu. 
Mas gosto de ciclos e acredito neles, ao mesmo tempo que acredito que precisamos diariamente evoluir e que traçamos nossos próprios caminhos. Pensando assim, ao completar meus primeiros cinco anos em São Paulo, a verdade é que a menina que veio quase que com data para voltar, já não imagina como poderia ter sido diferente. 

“Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido“.

Outra coisa que gosto tanto quanto ciclos, são os ritos de passagem. Preciso de fechamentos, de inícios, de lutos e de festas. Talvez por isso goste tanto de comemorar aniversário...
Momentos de grandes mudanças me dão medo. Sempre deram! Sou apaixonada pelo equilíbrio das coisas. Assim, pontapés iniciais nunca foram meu forte. Às vezes, preciso que comecem o jogo e me sacudam. Minha mãe diz que eu era preguiçosa e só comecei a andar tarde, mas depois que levantei nunca mais caí. Eu digo que não era preguiça, era medo de errar...

“Toda vez que você iniciar é o momento certo“.

Me sinto melhor agora que escrevi. Me convenci que estou alinhada aos ensinamentos indianos. 
Claramente, nada é pra já...
Fico por aqui.

“Quando algo termina, ele termina“.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Dilema do Prisioneiro

Não acredito em coincidências. 

Nunca acreditei. 

Acho que antes mesmo de entender exatamente o conceito, já repelia a idéia.

Na faculdade, não por acaso, me encantei com o estudo da Teoria dos Jogos, um ramo da matemática aplicada que estuda situações estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações na tentativa de melhorar seu retorno.

E, afinal, é em busca do que nos faz mais feliz que vamos tomando nossas decisões nessa vida, né? 

A meu ver, no entanto, a limitação da modelagem - ferramenta tão amada por nós economistas - está no dinamismo da vida que não é contemplado: as decisões são concomitantes, abruptas, sem conversa e sem negociação, já que, na maioria das vezes, um jogador não pode esperar o outro se decidir para só então seguir em frente... Por outro lado, há um ponto impecavelmente realista na teoria: não dá para voltar atrás. 

Indo um pouco mais a fundo no tema, aprendi com a genialidade de John Nash que nem todo jogo precisa ser de soma zero. Ou seja, Tim Maia que me perdoe, mas não necessariamente um nasce para sofrer enquanto o outro ri. Só é preciso tolerância e paciência para se chegar nesse equilíbrio onde as duas partes ganham ou, no mínimo, perdem menos. Valeu um Nobel pro cara, então deve mesmo existir. Sigo procurando!

Sobre as coincidências? 

Bem, em 03 de Setembro de 2013 escrevi aqui sobre minha dificuldade em "Deixar ir". Hoje, exatos 21 meses passados, me peguei quase repetindo a temática. Mas sei que não é coincidência (nem mesmo falta de assunto), foram as famigeradas escolhas que me trouxeram de volta ao início.

Mas coincidência mesmo seria se depois de tudo não acabássemos no mesmo bar, digo lugar.